5 fotos históricas memoráveis na Grande Esfinge e nas pirâmides do EgitoAo longo das últimas décadas o Egito recebeu a visita de várias figuras celebres e a maioria tirou fotos que hoje fazem parte da história. O platô de Gizé, que é praticamente uma parada obrigatória para qualquer turista, foi um dos cenários mais escolhidos. Então, para compor este post escolhi algumas fotografias interessantes tanto por conta da época em que foram tiradas como pelas pessoas que as protagonizam.
D. Pedro II e Teresa Cristina; imperadores do Brasil:
Claro que eu tinha que abrir este post com o casal imperial D. Pedro II (sentado usando um chapéu branco) e Teresa Cristina (segunda mulher sentada da direita para a esquerda), que fez duas viagens para o Egito. Uma em 1871, ocasião em que a foto foi tirada, e a outra em 1876.
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Samurais da Missão Ikeda
Ikeda Nagaoki foi um governador que viveu durante os anos finais do xogunato Tokugawa e recebeu a ordem de realizar uma viagem diplomática para a Europa. Aproveitando a sua escala no Egito tirou uma foto com os seus 36 subordinados em frente as pirâmides. Este momento histórico foi registrado por Antonio Beato.
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O aventureiro Frederick Russell Burnham
Um dos inspiradores da criação do escotismo, Burnham também passou pelo Egito. Ele é o homem do centro montado no camelo. Foto de 1895.
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Uma das filhas do primeiro milionário havaiano
Elizabeth Afong Burns foi uma das filhas de Chun Afong, um imigrante chinês que se tornou o primeiro milionário do Havaí. Nesta fotografia, feita em 1910, ela está ao lado do seu esposo.
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Charles Bean; correspondente de guerra
O correspondente australiano, Charles Bean, tirou esta foto em 1915 após escalar a pirâmide de Khufu — algo que nos dias de hoje é altamente proibido —. A fotografia é de autoria de um outro correspondente, Philip Schuler.
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Quantas outras figuras históricas serão eternizadas em frente a este notável sítio arqueológico?
Busca por novas evidências ocultas na tumba de Tutankhamon tem inícioApós quase um ano de espera o Ministério das Antiguidades do Egito finalmente liberou a realização de mais uma analise para a busca por câmaras ocultas na KV-62, tumba do faraó Tutankhamon. Localizada no Vale dos Reis, a sua descoberta ocorreu em 1922, pelo egiptólogo britânico Howard Carter.
A nova pesquisa será feita com um radar (GPR) de uma equipe da Universidade Politécnica de Turim, coordenada pelo Francesco Porcelli. Também participarão uma equipe egípcia, a Universidade de Turim e três empresas privadas, a Geostudi Astier, 3DGeoimaging e Terravision.
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KV-62. As partes amareladas são sugestões do que existiria atrás das paredes. Imagem: Theban Mapping Project (com adições).
A esperança é que esta seja a última de três pesquisas realizadas na sepultura. A proposta desse novo trabalho é sustentar ou desmentir de vez a teoria do egiptólogo britânico Nicholas Reeves, lançada em 2015, sobre a possibilidade de existência de câmaras ocultas por trás das paredes da KV-62. Isso porque as duas pesquisas anteriores (uma feita em 2015 e a outra em 2016) foram consideradas inconclusivas e discordavam entre si, como vocês podem conferir no vídeo abaixo e através do artigo “Tutankhamon, Zahi Hawass e Nicholas Reeves: quais são as últimas novidades sobre a tumba do faraó”:Apesar das esperanças contidas nesse projeto, os especialistas advertem que um radar só pode apontar anomalias, ou seja, “espaços vazios”. Pesquisas adicionais são necessárias para definir se tais anomalias seriam câmaras ocultas ou não.
Eles já estão trabalhando no Vale dos Reis há um tempo. As análises ocorrem no horário da noite, quando o lugar está fechado para turistas. As medidas já começaram no último dia 31 de janeiro (2018) e seguiram até o dia 06 de fevereiro. Segundo o professor Porcelli, três diferentes sistemas de radar de última geração serão usados para revelar estruturas escondidas com 99% de confiabilidade. As medidas do GPR serão comparadas com dados obtidos em maio passado usando uma técnica não-invasiva, com base no mapeamento tridimensional do subsolo localizado ao redor do túmulo.
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Trabalho realizado pela National Geograhic em 2016. Foto: Kenneth Garrett.
É importante explicar que as pesquisas de maio sugeriram a presença de cavidades suspeitas na rocha a poucos metros da tumba. O GPR ajudará a entender se essas cavidades suspeitas são reais e se elas estão diretamente conectadas a KV62.Foi anunciado no último sábado a descoberta de uma tumba que provavelmente pertence a uma oficial de alto escalão que viveu durante a 5º Dinastia (Antigo Reino). Ela se chamava Hatbet e possuía os títulos de “sacerdotisa da deusa Hathor” e “alta funcionária ligada à realeza”. Sua sepultura encontra-se na área do Cemitério Ocidental a oeste da Grande Pirâmide do Platô de Gizé[1][2].
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Foto: AFP/Mohamed El-Shahed
A notícia foi dada durante uma conferência do Ministério das Antiguidades no platô, onde foi dito que blocos do túmulo foram desenterrados em 1909 por um explorador britânico que os enviou para Berlim e Frankfurt. “O túmulo nunca foi descoberto até outubro de 2017, quando a missão egípcia começou a escavação no cemitério ocidental de Gizé”, disse o Ministro das Antiguidades, Khaled El-Enany[2].
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Foto: AFP/Mohamed El-Shahed
O ministro também explicou que o cemitério já havia sido escavado por várias missões arqueológicas desde 1843 e as mais destacadas e importantes foram feitas pelo ex-ministro das antiguidades, Zahi Hawass[2].
O sepulcro possui alguns detalhes interessantes, a exemplo da iconografia de um macaco doméstico dançando em frente a uma banda. Assim como inscrições únicas e imagens cotidianas como cenas de pastoreio, abates, bandas musicais e dançarinas[1][2]. Outro detalhe é que ele é feito de tijolos de barro com uma camada de argamassa. Por conta deste pormenor o Secretário Geral do Conselho Supremo das Antiguidades, Mostafa Waziri, acredita que esse não é o túmulo principal da Hatbet[1]. Então, existe a esperança de se encontrar outra estrutura funerária também pertencente a essa mulher[3].Ao contrário do que alguns pesquisadores pensam, Nefertiti, uma das mulheres mais famosas da antiguidade egípcia, não teria se tornado faraó. Ao menos é o que diz a Dra. Joyce Tyldesley, arqueóloga e egiptóloga da Universidade de Manchester, em seu livro “Nefertiti’s Face: The Creation of an Icon” (Face de Nefertiti: a criação de um ícone), publicado pela Profile Books e que será oficialmente lançado no próximo dia 25 de janeiro (2018), mas sem lançamento previsto para o Brasil.
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Imagem de Nefertiti escupida por Tutmosis (Tutmés). Foto: Nile Magazine.Nefertiti governou o Egito durante o final do Novo Império, mais especificamente no atualmente chamado Período Amarniano. Sua participação na vida pública e religiosa egípcia levou alguns acadêmicos a acreditar que ela reinou após a morte do seu esposo, Akhenaton, como uma faraó. Tese esta que não é sumariamente aceita entre os egiptólogos.
— Saiba mais: Conheça algumas das mulheres que foram faraós.
Essa rainha ficou mundialmente famosa através do seu busto, que foi encontrado em 1912 e que atualmente está exposto em Berlim, Alemanha. Em seu livro Tyldesley conta a história da famosa escultura desde sua criação até a sua condição nos dias de hoje.
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Nefertiti. Foto: Wikimedia Commons.
Sobre as alegações de que esse artefato seria falso, a pesquisadora teceu algumas palavras: “Alguns alegaram que é uma falsificação, mas eles estão completamente errados. Não tenho dúvidas de que o objeto exposto na Alemanha é o verdadeiro, é verdadeiramente notável.”
— Saiba mais: Seria a famosa estátua da rainha Nefertiti falsa?
E também explica sobre o fascínio do público por esta imagem e a tentativa de apropriação de sua identidade: Os admiradores da escultura tendem a ver suas próprias culturas e interesses refletidos em sua imagem; Hitler, por exemplo, presumivelmente a viu como ariana.”
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Nefertiti em exposição em 1963.
A teoria de que ela teria sido faraó surgiu quando alguns acadêmicos começaram a sugerir que a forma como ela era retratada (usualmente do mesmo tamanho que o rei ou quase da sua altura) e sua extensa participação nos cultos ou atividades políticas ao lado do esposo, indicariam que ela teria muito mais poder que muitas outras rainhas de sua época. A mesma teoria sugere que com a morte de Akhenaton ela teria mudado o seu nome e reinado como Ankhkheperura Neferneferuaton (assista ao vídeo “Mulheres Faraós” para saber mais).
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Mas, para Tyldesley o cenário é outro: “Embora a maioria das pessoas e muitos egiptólogos acreditem que Nefertiti era uma mulher da realeza excepcionalmente poderosa e, possivelmente, mesmo uma faraó, acredito que este não era o caso.” e continua “ela não nasceu na realeza, e para uma mulher da não realeza tornar-se rei[1] teria sido algo sem precedentes. Sua filha Meritaton, no entanto, realmente nasceu na realeza — e também é uma candidata mais provável para ser faraó”. E complementa: “só porque ela é a rainha mais famosa e poderosa do Egito em nosso mundo não significa que ela tenha sido uma famosa e poderosa rainha do Egito em seu mundo”.O Museu de Manchester (Reino Unido) possui algumas das coleções egípcias mais notáveis. E dentre as peças estão os artefatos funerários e as múmias de dois homens que tinham sido sepultados juntos. Eles foram identificados como Khnum-nakht e Nakht-ankh e as pesquisas revelaram que viveram durante a 12ª Dinastia.
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Os ataúdes dos Dois Irmãos. Khnum-nakht é o da esquerda e Nakht-ankh o da direita. 2011.
O túmulo deles foi encontrado em 1907, em Dir Rifeh (próximo do Cairo), por um trabalhador egípcio chamado Erfai. Ele estava trabalhando para os arqueólogos britânicos Ernest Mackay e Flinders Petrie, que enviaram toda a coleção funerária para Manchester.
Chegando ao museu em 1908 as múmias foram desembrulhadas pela primeira egiptóloga do Reino Unido a trabalhar em uma universidade, a Dra. Margaret Murray. Ela e seu auxiliar concluíram que a morfologia dos esqueletos de ambos os homens era diferente o que a fez sugerir que eles não seriam parentes. A pesquisadora ainda tinha dado uma estimativa de idade onde o Khnum-nakht teria cerca de 40 anos no momento de sua morte e Nakht-ankh cerca de 60.
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Dra. Margaret Murray com a sua equipe exumando Nakht-ankh. 1908.
Apesar da conclusão de Margaret de que eles não seriam parentes, os ataúdes de ambos contavam uma outra história. De acordo com os textos eles eram filhos de um governante local com uma mulher chamada Khnum-aa. Por isso do apelido “Dois Irmãos”.
Ainda assim, alguns pesquisadores mais contemporâneos propuseram que um ou os dois homens fossem em verdade adotados.
Para sanar esta dúvida, foram extraídas amostras dos dentes de ambos em 2015 para que um exame de DNA pudesse ser realizado e o resultado saiu este ano (2018) na revista cientifica Journal of Archaeological Science. De acordo com o resultado eles pertenciam ao haplótipo mitocondrial M1a1, sugerindo uma relação maternal, portanto, seriam filhos da mesma mãe. Entretanto, as sequências do cromossomo Y foram menos completas e apresentaram variações entre as duas múmias, indicando que eles tinham pais diferentes, ou seja, muito provavelmente eram meio irmãos.
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